Necessidade de reforço de consciencialização nos distritos do interior de Cabo Delgado

Necessidade de reforço de consciencialização nos distritos do interior de Cabo Delgado
As mulheres e raparigas residentes nos distritos mais recônditos da província de Cabo Delgado carecem de mais informações sobre os direitos sexuais e reprodutivos, disse Augusta Iaquite, coordenadora da Associação Moçambicana De Mulheres de Carreira Jurídica (AMMCJ).
“Temos os distritos de Balama, Namumo , Chiúre, onde se formos mais para o interior encontramos miúdas de 10 anos grávidas, que não estão a estudar (…) por isso é importante reforçar as informações, nessas zonas”, disse Augusta Iaquite.
Augusta Iaquite falava virtualmente a 11 de Outubro, por ocasião do dia Internacional da Rapariga a partir da cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, norte do país.
No interior há muitas raparigas a serem violadas os direitos e isso acontece desde sempre e a situação piora, acrescentou.
“Temos zonas em que não tem problemas de insurgência, mas se formos a avaliar podemos encontrar casos mais graves em relação as zonas de insurgência”, disse.
Caso alguma activista diga que ela deve ir a escola, a resposta é: o meu irmão é que tem direito de estudar, ele é que deve ir a escola”, relata, acrescentando que os pais dizem “ é minha filha, eu é que mando”.
A AMMCJ trabalha no âmbito do projecto “Enriquecendo a participação activa da sociedade civil para promoção da Igualdade de Género e o Empoderamento das mulheres e Raparigas” do Programa de Apoio aos Actores Não Estatais (PAANE).
De acordo com Augusta, é necessário educar igualmente os pais sobre os Direitos Sexuais e Reprodutivos, igualmente.
“A falta de conhecimento leva a situações graves, vemos raparigas a serem transferidas com urgência quando entram em trabalho de parto, umas sobrevivem e outras não. Algumas contraem fistulas obstétrica”, relata.
Refira-se que o projecto é implementado pelo consórcio composto pelas organizações Fórum Mulher, WLSA Moçambique, ROSC, AMMCJ, FAFI, FOFEN, Associação de Mulheres Paralegais de Tete (AMPT), SOPROC, e o Centro Informazione e Educazione Allo Sviluppo ONLUS (CIES), que conta com apoio da União Europeia em Moçambique, no contexto do PAANE II.

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