Este é o lema que juntou mais de 50 mulheres, jovens e raparigas, membros, parceiros e amigos do Fórum Mulher numa marcha alusiva as celebrações do dia internacional da mulher. A caminhada teve inicio as 9h:30 na praça da paz e termino na praça da independência, em Maputo. “A escolha destes lugares não foi aleatória. Escolhemos a praça da paz porque aquele espaço representa a nossa luta pela paz. E a praça da independência porque tem uma representação histórica para todos os moçambicanos em particular a mulher. No caso queremos reafirmar que queremos viver me paz ”, explicou Nzira de Deus, Directora executiva do Fórum Mulher.
Para Mangia Macuacua, coordenadora do Movfemme (Movimento das jovens feministas de Moçambique) este é o dia não só de celebração mas também do reflexão do contexto em que se vive no pais. “Estamos aqui para dizer que as jovens feministas estão em alerta contra a opressão que o machismo vê construindo. Viemos para repudiar a injustiça que acontece de tantos casos que denunciámos sem resolução. Viemos pedir para que sejam julgados os casos, que sejam punidos os violadores, agressores e os corruptos porque queremos viver em cidades seguras”, disse.
“Vivemos um contexto de recolher obrigatório para as mulheres. Não andamos seguras nas ruas e transportes. Vivemos num contexto em que as oportunidades são colocadas em meios de assédios e violação sexual o que denigra a nossa imagem. Por isso estamos aqui para exigir o nosso direito de sermos respeitadas”, acrescentou.
Fátima Mimbire, activista, usou da oportunidade para apelar a solidariedade para com as vitimas dos massacres em cabo Delgado e exigir justiça para as mulheres. “é um dia da reafirmação da luta da mulher. Estamos a lutar hoje pelo fim da violência principalmente a sexual e estrutural contra homens e mulheres feita pela falta de provisão de serviços básicos. Que este dia seja para lembrar que Cabo Delgado também é Moçambique e prestar nosso apoio as vitimas dos assassinatos”, disse.
O Dia da Internacional da Mulher foi instituído em no início do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, ao operariado. Em Moçambique as OSC, membros da rede do FM tem realizado debates, reflexões e partilhando mensagens de solidariedade de acordo com o contexto.
Este ano a semana da mulher foi celebrada num contexto de muita violência contra as mulheres jovens e raparigas no espaço publico e privado. Um cenário de intimidação, medo e insegurança, em que mulheres, jovens e raparigas não podem circular de noite por temer a violência e abuso do seu corpo. Em que o custo de vida tende a ficar cada vez mais alto devido as restrições económicas e orçamentais que o país atravessa por conta das dívidas ilegais que beneficiaram uma minoria/elite da população Nacional.
De referir que um dos exemplos do contexto em que vive-se em Moçambique foi a forma como o Concelho Municipal da Cidade De Maputo reagiu a carta enviada pelo FM comunicando a realização da marcha pacífica de repúdio à violência contra as mulheres e raparigas, em particular a violência sexual, no quadro da celebração do Dia Internacional da Mulher, 8 de Março. Mais detalhes podem ser vistos em https://forumulher.org.mz/16-dias-de-activismo/