A cidade de Maputo, capital moçambicana, testemunhou uma grande marcha das mulheres moçambicanas e não só para celebrar o dia Internacional da Mulher, que se assinala hoje, 08 de Março.
Sob lema “Não à violência contra a Mulher e a Rapariga”, a Marcha tinha como objectivo mais uma vez chamar atenção à sociedade sobre a problemática da violência que assola o país, especialmente nos últimos meses, em que dezenas de mulheres de todas as idades foram sexualmente violadas e assassinadas.
Estiveram presentes dezenas de associações feministas do país e não só. Para além de mulheres moçambicanas de todas as províncias, estiveram presentes companheiras da América do Sul, do Nepal, África do Sul, Guiné-Bissau entre outras.
A marcha devia ter iniciado pela manhã, as dez horas, o que não foi possível porque as autoridades policiais diziam não estar informadas sobre o evento.
Nem as mais de duas horas de negociações, com calor intenso que se faz sentir em Maputo, que rondou aos 30ºc, muito suor, gritos de socorro, lutas, cânticos e danças fizeram as companheiras cessar.
As marchantes consideram que o Estado estava a ser cúmplice dos violadores e assassinos de mulheres, ao não se solidarizar-se com estas últimas, que a coberto da constituição da república, exigiam o seu direito à palavra e a sair a rua para ser ouvida.
O evento iniciou perto das 13 horas na Praça da Independência e foi terminar exactaemente.na Praça dos Trabalhadores, num percurso em que as mensagens eram:
– Parem de nos matar
-Vida das mulheres importa
-O lugar do violador é na cadeia
– Meu corpo, minhas regras
– Não é não!!!
-Segurança para as mulheres 24 horas
-JUSTIÇA para Dércia, Sabina, Ntavasse entre outras vítimas do machismo assassino.
– Fui violada, exijo justiça.
– Não há caução para meu corpo
Entre outras dezenas