Os programas que o Fórum das Associações Feministas de Inhambane (FAFI) realiza na protecção e promoção dos direitos da mulher na Vila Autárquica de Massinga, respondem ao programa da edilidade de forma “positiva”, considera a administração municipal.
“Se os projectos respondem ou não às necessidades do nosso governo, a resposta é positiva. Sentimo-nos muito felizes por ter esses projectos, porque são projectos que vem alavancar mais a mulher, porque esse é um programa do Governo: emancipação da mulher”, disse Constância Nhabique, vereadora para Área de Acção Social do Conselho Autárquico de Massinga.
A dirigente comentava em relação aos trabalhos de advocacia sobre as uniões prematuras, violência baseada no Género e interrupção voluntária da gravidez naquela vila autárquica.
Trata-se de actividades de advocacia levadas a cabo pelo FAFI, no âmbito do Projecto “Enriquecendo a Participação Activa da Sociedade Civil para a Promoção da Igualdade de Género e o Empoderamento das Mulheres e Raparigas,” implementado pelo consórcio composto pelas organizações Fórum Mulher, WLSA Moçambique, Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança (ROSC), AMMCJ e o Centro Informazione e Educazione Allo Sviluppo ONLUS (CIES), que conta com apoio da União Europeia em Moçambique, no contexto do Programa de Apoio aos Actores Não Estatais (PAANE II).
De acordo com a direção municipal, as actividades do FAFI são mais um recurso para o trabalho que já vinham desenvolvendo como Estado, o que deixa a edilidade mais “feliz”.
“Já temos mulheres que fazem parte do Fórum Mulher aqui na vila autárquica, e que já estão a mostrar uma outra dinâmica. Acredito que há situações que podem constituir alguma dúvida para cada uma delas, mas quando nos juntamos, para falar dos assuntos das mulheres, sentimos que é um ganho, porque as reuniões não servem apenas para discutir os pontos que aqui nos trazem. Servem também como local de troca de experiência e busca de soluções para diferentes casos que apoquentam a mulher na Vila”, comentou.
Constância Nhabique lamenta que em Moçambique as mulheres sejam vistas como quem deve ficar em casa ou ir para machamba e, cuidar da família, afirmando que há necessidade de mudar esse paradigma, e fazer com que toda a sociedade perceba que toda a mulher é capaz de tomar decisões e estar na mesa de poder, fazer o bem-estar de toda a família, da autarquia e ao país.
“Os projectos, para nós, são positivos, e até pedimos muito mais”, disse, acrescentando que sente que estes programas trazem alguma visão para as mulheres de Massinga, e a empoderam no sentido de ser “capaz de fazer qualquer coisa para o desenvolvimento da autarquia”.
De acordo com a vereadora, a maior parte das situações que acontecem nos bairros são denunciadas, o que é positivo. Porque quanto mais se denuncia, há intervenção, chamada de atenção e educação a essas pessoas que pautam pela violência doméstica.
“Tudo isso significa que a mulher já não aceita que haja uma injustiça nesse nível e ela manter-se calada. Tem que denunciar às autoridades para que chamem atenção, educar e sensibilizar as pessoas que pautam pela violência”, disse.
O Município de Massinga trabalha com diferentes grupos de mulheres e até fóruns municipais nos bairros. Dos 14 bairros da Vila de Massinga, há fóruns com presidente, vice-presidente e secretários. Depois existe o Fórum Geral, que é composto pelas lideranças dos bairros.
Como forma de dar continuidade, a administração municipal sugere criação de linhas de financiamentos, para o desenvolvimento de actividades financeiras para empoderar as mulheres e seus dependentes.
“A nossa mulher não pára e está sempre à procura de algo. Se fosse possível, não sei de que dimensão, nem que seja um colman, e podíamos monitorar. Não fazer necessariamente doação, mas empréstimo, para reembolsar, para ajudar as outras. O dinheiro iria circular ao nível das autarquias”, finalizou.