São no total 25 mulheres das províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, que participaram na formação em Liderança e participação política que decorreu de 10 a 12 de Maio, em Lichinga.
A formação dirigida pelo Fórum Mulher em parceria com a Woman Learning Partnership (WLP) tem o objectivo de fortalecer as capacidades e competências das participantes para melhor advogarem pelos seus direitos nas suas comunidades e províncias. “ Pretendemos inspirar as mulheres para que estas assumam o real poder que elas têm…”, explica Nzira de Deus, facilitadora.
Na ocasião temas como Casamentos prematuros, Violência baseada no género e acesso e controlo da terra (DUAT) foram destacados como assuntos críticos que precisam de uma intervenção mais activa.
Para a facilitadora, a fraca participação das mulheres nos espaços de discussão e tomada de decisão é um dado que prejudica as mulheres pois é fundamental que estas participem na formulação das políticas económicas sociais para permitir iguais oportunidades entre homens e mulheres.
Nos espaços de tomadas de decisão as mulheres podem expor as suas preocupações e partilhar as estratégias adequadas para solucionar as suas inquietações. Assim, espera-se com esta formação que as participantes tenham a capacidade de analisar todos os fenómenos e intervir em defesa dos seus próprios direitos.
Para as formandas, esta capacitação veio mudar a sua forma de se posicionarem dentro do meio em que vivem e afirmam que saem desta formação com ferramentas necessárias para influenciarem mudanças positivas.
“Sinto-me uma líder”: este é o sentimento de Amurata Fumo, activista da Associação Muleide, de Pemba, depois de passar pela formação. A participante acrescenta ainda que vai partilhar o conhecimento que adquiriu na formação com a sua comunidade de forma a ajudar na prevenção de casamentos prematuros, sua área de actuação.
Por seu turno Marta Caluma, outra participante, além de se sentir uma líder já tem um plano de acção, fruto da capacitação. “Daqui para a frente eu vou formar outras líderes”, afirma. Marta quer formar líderes para mudar os comportamentos das pessoas vivendo com HIV, doença que assumiu e com a qual vive desde 2012.
A Woman Learning Partnership é uma organização internacional não-governamental que trabalhara para garantir a maior participação possível das mulheres na tomada de decisões em vários níveis de liderança. Para alcançar este objectivo, a WLP aposta na capacitação e no empoderamento das mulheres para que estas possam transformar as suas famílias e as comunidades onde estão inseridas.