“Eu fiz a minha própria a escolha e por isso não tenho de quê me queixar”

Esta é a certeza de  Talsia Chicolao, activista do txeka, depois de ter exercido seu direito ao voto nas Eleições Gerais Presidências 2019 que iniciaram na manhã de hoje, 15 de Outubro, em todo o pais. Ela faz parte das poucas mulheres jovens que decidiu escolher por si os dirigentes para os próximos cinco anos.

Talsia votou na escola Primaria unidade 16, no bairro do Xipapanine, na cidade de Maputo. A activista sente que hoje teve o privilégio de fazer uma escolha que pode influenciar no futuro do país. “Senti que fiz o certo, acho que todos os cidadãos em idade eleitoral deviam fazer o mesmo. Eu fiz a minha própria escolha e por isso não tenho de quê me queixar. Também fui para poder encorajar outros jovens a seguirem meu caminho e aproveitem hoje que o poder esta nas suas mãos e não possam se queixar das escolhas dos outros.”, disse.

 

 

 

Tal como Talsia, Guilhermina Filipe, activista da sala da Paz , também sente que hoje cumpriu com o dever de cidadania. “ Votei na escola Primária da Machava “J”. Apesar do atraso na abertura das urnas sinto que contribui e usei do poder que tenho somente por um dia para decidir sobre o futuro da minha nação.”, afirmou.  Contudo revela que o atraso na abertura das urnas contribuiu para a desistência, sobretudo das mulheres. “ As urnas só abriram as 7 e 45 minutos  e as pessoas começaram a abandonar a escola. Muitas mulheres desistiram para ir comprimir com outras obrigações em casa. Somente os idosos receberam ajuda e prioridade o que não ajudou as mulheres com bebes”, acrescentou.

Por seu turno Nélia Priscila Sampaio, Joint,  votou na escola BA a Ba no bairro do Alto maé, e conta que votar foi como cumprir uma missão. “Sou observadora eleitoral Nacional mas tive muitos constrangimentos para votar porque queriam me impedir de votar. Mas consegui lidar com aquilo e votei e agora sinto um alívio, tenho sensação de dever cumprido, estou feliz com a minha escolha”, conta.

Já a Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta, Sala da Paz, onde o Fórum Mulher é membro e porta-voz faz um balanço positivo do momento da abertura das mesas de votação por considerar que, não obstante ter-se verificado alguns ligeiros atrasos em algumas mesas pois respeitou-se os princípios plasmados na lei sobre a hora de abertura das mesas de votação, 7h00 da manhã, momento em que já se notava a afluência de eleitores e deixa algumas recomendações para os leitores.

“O nosso maior apelo é que depois da votação os eleitores devem deixar os locais de votação e retornem as suas casas e esperar o processo de contagem e de apuramento dos resultados”, disse Nzira de Deus, Directora Executiva do Fórum Mulher, para quem aos eleitores apela igualmente, que mantenham a calma, darem a devida distância às mesas de votação e evitar criar tumultos, para além da necessidade de respeitar as prioridades.

Segundo a Sala da Paz, as prioridades aos idosos e mulheres grávidas está a ser observada a escala nacional, o que leva com que se verifique alguma tolerância no processo de votação, o que é um bom prenuncio para a eleição do processo no seu todo.

No entanto, a Sala da Paz mostra-se preocupada com as notícias de alguns incidentes que os seus observadores reportam sobretudo relativo ao facto de estes não estarem a ser deixados exercer as suas missões de observação sobretudo nas províncias de Cabo Delgado e Inhambane, por falta de credenciação, “apesar de apresentarem crachás passados pela Comissão Nacional de Eleições”.

“Verificamos, igualmente, algumas mesas que abriram com insuficiência de material como urnas com e selos, a identificação de casos de boletins de votos preenchidos em condições não esclarecidas, antes de abertura das urnas, bem como casos de repetição de votos”, indica a Sala da Paz no seu Informe sobre os primeiros momentos de abertura as mesas de votação.

Não obstante alguns pontos do país observar-se algum atraso na abertura de algumas mesas de voto como são os casos de ilha de Moçambique, na Província de Nampula, em que algumas desinteligências entre os eleitores provocaram, algum atraso, “pode-se dizer que o processo de votação decorre de uma forma tranquila em todas as 11 províncias do país”.

A Sala da Paz enalteceu, no entanto,  as mensagens dos candidatos à Presidência da República, nomeadamente, da Frelimo, Flipe Nyusi, da Renamo Ossufo Momade, do MDM, Deviz Simango e de AMUSI, Mário Albino, que depois de exercerem o seu direito cívico  exortaram aos eleitores a  afluírem em massa às mesas de voto e que depois de votar regressem às respectivas casas, para de la esperarem a contagem e o anúncio dos resultados, bem como pelo facto de terem apelado à necessidade de observância de um ambiente ordeiro, tranquilo e a se evitar fraude, em prol de eleições transparentes, livre e credíveis.

 

 

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