Fórum Mulher promove debate sobre masculinidades para rapazes

Sob o lema “consciencializando os Rapazes para a promoção da saúde, direitos sexuais e reprodutivos” cerca de 50 rapazes, provenientes das 11 províncias do país participaram nos dias 28 e 29 de Novembro, do  Fórum do Rapaz promovido pelo Fórum Mulher em parceria com a Rede HOPEM, na cidade de Nampula. O evento com duração de dois dias visava reforçar a mensagem sobre a igualdade de género a partir da desconstrução de masculinidades opressoras com base nas experiências sobre o envolvimento masculino.

Na ocasião o Cachimo Raul, Director Provincial de Desportos de Nampula, referiu que este é um momento ímpar para a juventude por permitir que estes aprendam sobre como as desigualdades  manifestam-se  na vida das raparigas e dos rapazes e como cada um dos presentes pode contribuir para um mundo mais justo onde pessoas de diferentes sexos gozem dos mesmos direitos de oportunidades e acima de tudo sobre a sua contribuição social para acabar com o mal que afecta as raparigas.

Para Gilberto Macuácua, Director de Programas da Rede de Homens pela Mudança (Rede HOPEM),  é urgente iniciar sessões de capacitação e desconstrução das masculinidades  nos rapazes respeitando as diferenças e as suas formas de se manifestar de acordo com cada região.  “As masculinidades são várias e variam de local dependendo das influências que existem na sociedade. Por isso é urgente começarmos a transformar este perfil do homem para alcançarmos as masculinidades que respeitam os direitos humanos, que não sejam tóxicas e respeitam o diferente”, disse.  Macuácua defende que é necessário dialogar sobre DSR com os rapazes para evitar efeitos negativos das masculinidades tóxicas  na adolescência ao nível das comunidades.

Na sua intervenção Yasser Omar, Presidente provincial do Parlamento Infantil de Nampula, disse que os dois dias são oportunidades que os rapazes tem para reflectir sobre como as masculinidades socialmente aceites e como o sistema patriarcal, prejudicam igualmente os homens, ao instrumentalizá-los para usar a violência como forma de perpetuar o poder.

Para Sebastião Mário, activista da Rede HOPEM  e participante , o encontro serviu para a desconstrução da sua percepção sobre o SER Homem que lhe foi transmitido pelos seus pais. Sebastião garante que ao sair vai partilhar o aprendizado com os meninos da sua comunidade. “Eu vou fazer a réplica porque ultimamente as raparigas tem sofrido violência sexual, violência doméstica e nós homens somos forçados a não ter os mesmos direitos que as mulheres. Sempre me educaram a não lavar louça e cozinhar mas nunca me perguntaram se eu queria ou não. Daqui para frente quero fazer parte das pessoas que contribuem para a eliminação da violência contra as mulheres, sensibilizar e mobilizar, juntamente com o Governo para que que as mulheres vivam livremente”, disse.

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