Organizações de mulheres encorajadas a ter maior diálogo

Editado de http://www.lambdamoz.news/

Um estudo apresentado em Maputo, pelo Fórum Mulher e o Institute of Development Studies – (IDS) da universidade de Sussex, alerta sobre o perigo de distanciamento das organizações de mulheres aos grupos que representam.

O estudo tentou perceber  sobre os mecanismos de diálogo entre as organizações de mulheres e os grupos que por elas representados; dos espaços de construção de agenda comum bem como sobre que desafios de legitimidade que essas organizações enfrentam e  concluiu que “há necessidade de as organizações de mulheres aprimorarem e efectivar os mecanismos de diálogo com os grupos que representam.”

Segundo Katia Taela, uma das pesquisadoras, o estudo intitulado – “Fortalecendo a Legitimidade das Organizações da Sociedade civil que trabalham em prol dos Direitos das Mulheres e Igualdade de Género em Moçambique” – foi guiado pela seguinte pergunta: “em que medida a mediação das organizações que trabalham em prol dos direitos das mulheres constitui uma forma de representação política efectiva e inclusiva?”

Taela acrescentou que  “o mecanismo de diálogo é importante porque muitas vezes as organizações são usadas e divididas” a título de exemplo ela entende que muitas vezes, “os governos aproveitam os sindicatos quando não estão unidos e depois dizem vão lá se organizar, vocês estão a falar coisas diferentes, exactamente porque o diálogo não está a construir uma voz única –  isto enfraquece as organizações” concluiu.

A pesquisadora considera preocupante que existam organizações localizadas num determinado bairro enquanto que os moradores arredores não a conheçam e também desconhecem o seu trabalho muito menos a quem esta organização representa.

Aldovanda Djive, da LAMBDA , uma das organizações membro do Fórum Mulher e de uma das 30 organizacoes, parte de rede, auscultadas durante a pesquisa,  o importância do debate sobre a legitimidade. “há muito pouca informação sobre a comunidade de LB (Lésbicas e Bissexuais) em Moçambique e isso dificulta o trabalho da organização e o alcance desta comunidade de forma a responder satisfatoriamente às suas necessidades, daí que, estudos do género vão propiciar maior conhecimento sobre o grupo”

O estudo é parte das iniciativas do Programa de Pesquisa “Acção para o Empoderamento e Responsabilização Social”, Action for Empowerment and Accountability liderado pelo IDS, que envolve cinco países: Egipto, Mianmar, Moçambique, Nigéria e Paquistão.